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"Assim, para fora

da minha verdade-loucura

eu mergulhei,

para fora

da minha nostalgia pelo dia

- cansado do dia, doente da luz -

mergulhei para o fundo,

para a noite,

para a sombra,

- queimado pela verdade,

e sedento -:

Tu te lembras ainda 

- te lembras, c o r a ç ã o ardente -

de como tinhas sede?

É preciso muito caos interior para parir uma estrela que dança!

Eu poderia crer somente num deus que dançasse.

E quando vi o meu demônio eu o encontrei sério, rigoroso, profundo e solene:

era o espírito da gravidade – por ele todas as coisas afundam.

Não se mata por meio do ódio. Mata-se por meio do riso.

Venham, vamos matar o espírito de gravidade!

Agora estou leve!

Agora eu vôo!

Agora um deus dança através do meu corpo."

(Friedrich Nietzsche)

"Nós dizemos, normalmente falando, que o coração ama, o coração sente, o coração sofre, o coração chora e, por vezes, se diz isso também do Coração de Jesus, enquanto Pessoa divina. Sabemos que a Bíblia, a Teologia e a própria Liturgia nos falam do Coração de Jesus de uma maneira bem mais profunda e com conteúdos diversos do que esse do linguajar comum. A Ciência vai além, ela aprofunda, ela amplia o sentido do próprio coração. Na Bíblia, por exemplo, encontramos segundo os peritos, 833 vezes a palavra coração. Esse sentido de coração na Bíblia, descreve quase todas as reações humanas, as emoções e os pensamentos, traduzidos pelo termo coração. A pessoa se emociona no coração, a pessoa sente um choque no coração e assim por diante. O coração sabe, ele vê, ele julga... O coração manda nos comportamentos humanos e é o critério também do cumprimento ou do não cumprimento da Lei divina. Quando falamos do coração na Bíblia temos que estar atentos a isso. E é também, sempre falando da Bíblia, o segredo íntimo da pessoa ou seja,

a pessoa por inteiro, o mais íntimo da pessoa, a totalidade da pessoa. No Novo Testamento a expressão de coração é parecida

e de certa maneira também é ainda mais profunda, porque, por exemplo, pensamentos bons, reações boas e más, procedem do coração. Do coração procedem tais e tais sentimentos

perversos ou bons, nos diz a Sagrada Escritura,

nos diz o próprio Evangelho.

Deus entra em contato com o coração humano. Na Antiga Aliança se dizia sempre que Deus fazia a pacto de aliança com a pessoa, com os grupos. Deus entra em contato com o coração humano, para descobrir os sentimentos bons ou produzí-los e evitar e eliminar os sentimentos maus: a impenitência, a maldade,

a falta de fé, ou seja, a incredulidade.

Jesus, em uma das passagens mais bonitas de Mateus, diz: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Ele acentua sua pessoa “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”. Com isso Jesus diz, em primeiro lugar, que ele é Mestre e que ele ensina de outra maneira do que os demais mestres. Portanto, ele ensina com delicadeza, com um jeito próprio para que o povo possa atender e entender; ensina sem arrogância, sem severidade, sem prepotência como faziam os grandes doutores da lei daquela época. O seu ensinamento corresponde à psicologia dos pequeninos que recorrem a Ele e é, enfim, o modo único de ensinar de Cristo: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”. Essa passagem é chamada de “hino de júbilo” porque mostra o acesso dos pobres, humildes e pequeninos aos mais profundos segredos de Deus. É a sabedoria mesma de Deus que se manifesta aos “pequeninos” através do Coração de Cristo, através da delicadeza de um “coração” que conhece as agruras dos que sofrem e, por vezes, sucumbem ao peso da dor.

Cristo lhes abre a sua interioridade, seu “eu”

mais íntimo e os chama a si:

“Vinde a mim todos...”

No Evangelho de São João, temos as expressões mais fortes sobre o Coração de Jesus. Fixo-me na passagem terminal e central a que as  outras se  referem.  Diz o apóstolo: “Todos vão contemplar o coração transpassado de Jesus”. Jesus já estava morto e “o soldado lhe abriu o lado com a lança e do seu coração, do seu lado aberto, correram sangue e água”. Essa passagem nos revela, que o Coração de Cristo aparece ali, quase como o centro da própria história do Evangelho “vão ter que olhar para mim”... Nos momentos alegres, nos momentos tristes, nos momentos chaves da vida, vão ter que olhar para mim. Jesus já havia dito em João, no capítulo 8, verso 28: “Quando tiverem levantado o Filho do homem, saberão quem eu sou”. A definição de sua pessoa, do seu modo de ser, do seu modo de agir iriam ter na hora da crucificação, e, ainda mais fortemente, na hora última do seu entregar-se ao Pai, na hora da morte: “Saberão quem eu sou”. E é nessa contemplação que a teologia e a mística vão buscar, vão desvendar o próprio conteúdo da teologia

do culto ao Coração de Jesus. O apóstolo São João, José de Arimatéia, e certamente outras pessoas, Nossa Senhora, contemplaram aquela cena dramática do abrir do coração de Cristo, e assim tiveram a primeira intuição do mistério dEle,

ali pendente na cruz.

Esse Coração aberto, para quem deveremos olhar, esse Coração rasgado, não só é objeto de contemplação, mas é para nós também acesso, é um achegamento a Deus. Através dele como que a porta da eternidade, do amor e da misericórdia de Deus se abre para nós. É o momento histórico em que o Coração de Cristo foi ferido. Porta de acesso, esconderijo, refúgio nas horas marcantes de nossa vida: acesso a Deus, porta da vida. Coração ferido, coração machucado, isso impressiona muito os grandes escritores e o povo também. A própria liturgia, especialmente

na Idade Média e de lá para a frente, nas graças místicas de algumas pessoas, como Santa Margarida Maria, vêem no Coração de Cristo todos os segredos, como havíamos dito. Mas, Jesus também se queixa. Lamenta que os homens são ingratos, que os homens não respondem ao seu amor,  que os homens não aceitam a oferta da sua amizade. Por outro lado, nós ouvimos que do Coração aberto de Cristo vão correr rios de água viva.

Quando se usa essa expressão rios de água viva, se pensa, necessariamente, nos frutos da redenção. Quando o Coração de Cristo foi aberto e Jesus estava morto, tinha terminado a obra da redenção, que tinha como conseqüência, ainda, a ascensão e, especialmente, a vinda do Espírito Santo, período em que se funda propriamente a Igreja de Cristo. “Rios de água viva”, isso havia sido predito pelo profeta Isaias: “Tirareis,  com alegria, dessas águas de salvação, das fontes do Salvador”. Ezequiel fala que do lado direito do templo, templo que é a pessoa de Jesus, na visão profética, iriam correr rios de água viva e esses rios de água viva designam exatamente as graças da Redenção, são o símbolo da própria Igreja e através da água, símbolo do Batismo, através do sangue, símbolo da Eucaristia, dá-se uma imagem dos Sacramentos todos: fontes da salvação. Do século XIV em diante até nossos dias, surgiram muitas associações dedicadas ao Coração de Jesus, entre elas, o próprio Apostolado da Oração e muitas Congregações tomaram como modelo de virtude, modelo e inspiração de sua vida religiosa, o próprio Coração de Cristo. Congregações que se inspiram, que se organizam em torno daquilo que é o mistério de Cristo, chamado

o seu Coração. Para nós, o que  entendemos quando falamos do Coração de Jesus? Coração de Jesus é uma definição da sua pessoa. Sinteticamente definimos os seus gestos, os seus ensinamentos, que brotam do Seu coração. Todas as atitudes mais comoventes, elas ressaltam, elas procedem do Coração de Cristo. O Coração mostra como que a síntese, a interioridade maior, poderíamos dizer no seu segredo maior. O coração explica os gestos, as atitudes e a própria entrega na hora da morte. Pense, por exemplo, quando Jesus, pouquinho antes de morrer, disse: “Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem”. Era Ele, enquanto pessoa, síntese de toda a bondade, de toda

a misericórdia do Pai, d´Ele e do Espírito Santo que se

debruçava sobre a humanidade pecadora.

Todos nós também nos sentimos atraídos por esse Coração: queremos buscar nele a “fonte da água viva”, a verdade que convence, os que  caminham pelas sendas de um amor que não tem fim: é o “Coração de Deus e do mundo” que se desdobra sobre a humanidade, sequiosa do Infinito que ama..." Impressionante

a seqüência das inúmeras encíclicas e textos papais enfatizando vigorosamente as riquezas inesgotáveis do Coração de Cristo, desde o alvorecer do século XX. Pio XII lembra também que a verdadeira espiritualidade deve ir além das simples práticas devocionais, reclamando verdadeira consagração de vida, sentido profundo de desagravo, amor apaixonado pela Eucaristia, sem esquecer o Coração de Maria: "Instruídos pelos sagrados textos, com segurança total podemos contemplar e venerar no Coração de Jesus a imagem eloqüente de sua caridade,

o testemunho de nossa redenção, e perceber também que o Coração de Jesus é uma espécie de escada mística que nos faz subir até o abraço de Deus".

(E. o. scheid)

 

 

"Sou a luta entre um homem acabado

e outro que está andando no ar."

(Murilo Mendes)

Eu, Otacílio Melgaço, artista inestético e a-tópico, inconfidencio os movimentos de um corpo

entregue aos impulsos d'alma;

Eu, Otacílio Melgaço, phonopierrot lunaire ou lunático, selvagem pensador propenso às serpentíneas mí(s)ticas escadarias: aceito como propedêuticos os apontamentos crísticos - demasiado crísticos - que estampo acima. Aceito-os e fricciono-os! Por paradoxais a mim, por ultr'entranhados em mim. Por servirem de invólucro à conotação que assume hierático ato bailarino de se Graphar o Coração (Cordial-Graphia)

e que dou à luz e oferendo à Musa;

Eu, Otacílio Melgaço, anárquico e ateu, assim sendo - despojado de quaisquer imobilidades reféns dos falangiais cânones religiosos ou panópticos todavia Melgaço prenhe da artisticidade que tudo re-liga - seivática e amorfa (apta

a todas con-formações!) -, engendro o conceito de

 

“C o r d i o g r a p h i a”®.

 

E(n)levar alegórico

C o r a ç ã o

- Pater Aestheticus in Aeternum -

À cardial ponto - simbólico, simbiótico,

epicíclico, epicentral - do que como

D a n ç a

concebo eu.

Eis o que proponho

e aqui proclamarei

.

.

.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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